segunda-feira, 12 de maio de 2014
A "liberadade" escrava - O bom uso da liberdade
Olá a todos.
Eis a mensagem que gostaria de passar para a reflexão ao longo desta semana: "O bom uso da liberdade".
Se perguntarmos para a grande maioria das pessoas sobre o que é uma pessoa livre, possivelmente obteríamos a seguinte resposta: "Uma pessoa livre é aquela que faz o que quer, o que lhe dá vontade". Esta resposta é, ao mesmo tempo que frequente, superficial. Será que a liberdade limita-se unicamente a não restrição, não imposição de barreiras exteriores? Podemos afirmar então que uma sociedade sem leis e regras é mais livre do que uma sociedade que as possua? Acredito ser bem pertinente iniciar a reflexão discorrendo sobre um ponto que nos auxiliará a entender mais a fundo a questão da liberdade.
Qual a principal diferença entre o ser humano e um animal, como o cachorro? A principal diferença é que o cachorro, preso em sua própria natureza, não tem a capacidade de fazer nada que não seja imposto por seus instintos, pela sua natureza. Por exemplo, quando este animal encontra-se diante de uma decisão, não conseguirá distinguir entre elas o que lhe trará o maior bem, seguirá aquilo que os instintos lhes impõe. Diferente deles, nós, seres humanos, entre uma tomada de decisão, utilizaremos diversas informações, conhecimentos, experiências para tomada desta decisão. Por exemplo, um homem está com sobrepeso, sabendo que corre riscos de saúde mantendo seus costumes como são e, quando está diante de dois pratos, tem de tomar uma decisão: Comer aquilo que mais o apetece, ou aquilo que fará bem a sua saúde?
Diante desta decisão, podemos ter uma breve ideia do que é a liberdade. Quando uma determinada pessoa, desprovida de forças para vencer seus impulsos e más inclinações se depara com esta situação, bem provavelmente decidirá aquilo que mais lhe satisfaz, independente dos riscos que isso acarretará em sua vida. Podemos ver que, por mais que esta decisão tomada por ele é algo que “lhe dá vontade de fazer”, não é aquilo que o liberta, pelo contrário, o aprisiona.
Hoje é muito comum vermos jovens que, reivindicando a sua liberdade, procuram-na justamente onde terão laços que, tornando-se cada vez mais fortes, os aprisionarão às necessidades instintivas. Como conseguimos ver, cada vez com maior frequência, jovens que, na busca por uma noite com intensas emoções, consomem álcool até o limite e, após um tempo com este costume (podemos chamar de vício), não conseguem mais divertir-se sem o consumo deste. Ou outros, que acreditam que a droga é uma forma de libertar-se, incorrem em um erro enorme, e, quando percebem, vêem-se presos, escravizados, pelo seu consumo.
Se o que muitos imaginam o que é liberdade é, na realidade, o seu oposto, como podemos definir a verdadeira liberdade? "Liberdade é, pois, a capacidade de escolhermos os meios adequados para desenvolver o nosso fim pessoal, acima dos determinismos animais". Fomos criados para sermos cada vez melhores. Melhores filhos, amigos, profissionais, namorados/esposos, colegas, não para que simplesmente sejamos melhores e isso alimente o ego, mas sim para que possamos, através deste crescimento pessoal, levar ao mundo o verdadeiro bem. Tudo o que nos aproxima deste fim, nos liberta, tudo o que alimenta o nosso egoísmo, vaidade, avareza, nada mais é do que o seu oposto, o aprisionamento.
Façamos pois o propósito de vencer nossas inclinações e guiar-nos rumo ao nosso objetivo mais alto, sermos melhores para os outros e levar o bem ao mundo.
"Nem tudo o que me é lícito, me convém. Tudo me é permitido, mas não deixarei que nada me domine." (1 Cor 6)
Tenham todos uma semana iluminada.
Mateus Boaventura P. Fornias
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