segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Fidelidade

Olá a todos.

Gostaria de abordar o seguinte tema para reflexão nesta semana: “A fidelidade”.

O desenvolvimento do ser humano pode ser medido pelo seu amadurecimento ao longo da vida. Para que um dia o homem  consiga chegar à sua plenitude, deve traçar objetivos que o guiem para este fim e, além disso, perseverar nestes objetivos.

Para que um objetivo seja alcançado, é necessário suportar inúmeros sacrifícios, preocupações, dificuldades, renúncias e problemas para que esta meta que cada ser humano se propõe seja realmente alcançado. Caso não se persevere neste fim que é almejado, sendo fiel à ele e aceitando todas as exigências que qualquer boa decisão traz, não será possível realizar coisa alguma ao longo da vida e, então, a existência deste homem torna-se estéril. Portanto, a perseverança é necessária para tudo aquilo que é bom.

Vejamos qual a etimologia da palavra perseverança: “ato de fortificar a vontade contra o temor dos males”, “ato de manter-se firme e disposto a continuar seguro”,  "permanecer inalterável, seguro, firme, fixo, imutável”. Palavras como “firme”, “imutável” frente aos males se relacionam fortemente com a fidelidade. Como é possível ser fiel a um ideal sem resistir aos males que opõem este bem?

Desta forma, é extremamente necessário, após a identificação do que realmente é importante na vida (esposa, filhos, trabalho, projetos sociais), estar disposto a tudo que for necessário para conseguir levar estes projetos até o fim, apesar de todas as contrariedades, todos os sacrifícios, não podendo haver qualquer espaço para claudicações nem retrocessos pois, em apenas um passo que se dê errado, tudo o que levou anos para ser construído pode ruir.

Podemos notar então que a fidelidade é algo de extremo valor, ainda mais atualmente, visto que constantemente somos assaltados por ideias e interpelações contrárias ao que temos por certo – como, por exemplo, alguns casos de pessoas que desvalorizam a família, a santidade do matrimônio, a alegria em ter filhos, a firmeza da conduta ética no mercado de trabalho, o respeito à esposa – sendo assim extremamente necessário a firmeza e constância na perseguição daquilo que realmente é importante na vida.

Da mesma forma que a fidelidade é importante, temos também de estar aberto a ouvir conselhos de pessoas que sabemos ter uma conduta ética e moral reta, com valores sólidos e coerentes, que querem verdadeiramente o bem de cada um de nós e, de acordo com o que nos é orientado, tomar a decisão de modificar uma rota traçada.

Dessa forma, vale refletirmos sobre os seguintes pontos:
- Aos projetos que são realmente importantes na minha vida, mantenho-me firme diante de tentações e temores de forma a alcançar este fim?
- Estou aberto a conselhos vindo de pessoas com valores, ético e moral confiável, para muitas vezes mudar a trajetória deste objetivo almejado?

- Reflito sobre o que é realmente importante em minha vida? O que é realmente vale a pena?

Invistamos este tempo para identificar o que é realmente importante em nossas vidas e, assim que descobrimos, sejamos fiéis aquilo que nos determinamos a fazer, mesmo com contrariedades, mesmo com sofrimentos, mesmo com dores, mesmo com todas as cruzes que surjam, podemos ter a certeza de que sendo fiel ao que realmente importa seremos verdadeiramente felizes.

Tenham todos uma semana iluminada.

Mateus Boaventura P. Fornias

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Os fins justificam os meios?

Olá a todos.


Gostaria de abordar o seguinte tema para reflexão ao longo desta semana: "Os meios e os fins".


Todo o ser humano necessita, para que sua vivência renda frutos, tomar uma série de decisões ao longo do dia-a-dia que estejam em conformidade com os seus objetivos de vida. Estas decisões são sempre tomadas em vista do que pretende-se alcançar. Para cada decisão tomada, uma série de critérios (educação, valores) são acionados de forma que este meio empregado seja correto.


A priori, vale apresentar a seguinte afirmação: "Se o que se busca é um fim bom, e se empregam meios maus para atingí-lo, este fim é corrompido e deixa de ser algo bom". Vejamos alguns casos:


- Se para conseguir fechar uma negociação com o cliente (fim bom) o vendedor colete informações confidenciais de um outro fornecedor (meio mau), esta negociação torna-se má, pois está-se valendo de uma situação de superioridade - a partir de algo errado - frente ao concorrente (fato este desleal);


- Em uma guerra, um inimigo é capturado e então, para defender a pátria, tortura-se o inimigo de forma a obter informações. Defender a pátria é algo bom, torturar uma pessoa, mau. Logo, esta ação torna-se má.


- Um aluno que, para conseguir graduar-se, cola de seus amigos e assim consegue ser aprovado. Graduar-se é algo nobre mas, a partir do momento que para se alcançar esta conquista usa-se de um meio mau, ela deixa de ter o brilho que teria.


Assim como estes três exemplos, existem inúmeras outras situações (muitas vezes bem menos críticas) que devemos consultar a consciência e assegurar que os meios empregados para atingir determinado fim não o corromperão.


Isso ocorre por um simples fato: Para se alcançar um objetivo, é necessário trilhar uma série de caminhos, tomar diversas decisões. Mas como é possível um indivíduo buscar o bem e, ao mesmo tempo, para consumar este bem tomar decisões más? Não seria uma incoerência uma pessoa buscar o bem praticando o mal?


Não podemos pois cair neste erro, de achar que para alcançar um bem, vale tudo. Muito menos cair na tentação do relativismo: o que é certo para você, pode não ser certo para mim, e o que é certo para mim, pode não ser certo para você. É necessário delimitar, traçar uma linha do que é certo e o que é errado, evitando incoerência que justifiquem as más ações, isso chama-se caráter.


Façamos o propósito de consultar constantemente a nossa consciência de forma a assegurar que todos os meios empregados para atingir determinado fim justo, sejam também justos e, dessa forma, asseguraremos que cada caminho que trilharmos serão os mais adequados para atingir o fim almejado.


Tenham todos uma semana iluminada.


Mateus Boaventura P. Fornias

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Coerência de vida - O baile de máscaras

Olá a todos.
 
Gostaria de abordar o seguinte tema para reflexão ao longo desta semana: "a importância da coerência de vida".
 
Este assunto é de tamanha importância pelo fato de que, atualmente, muitas pessoas deixam de lado a sua dignidade, atropelam o caráter, esquecem de suas crenças e valores quando deparam-se com uma decisão extremamente recorrente: manter-se coerente a todos estes critérios (valores, crenças, caráter, ética) e a obtenção de benefícios próprios.
 
Cada ser humano possui suas características, suas inclinações, seus desejos e aspirações, valores e crenças, que podemos resumir tudo isto em uma palavra, a sua identidade. Cada homem possui uma identidade que o distingue de todos os outros, tornando-o único, inigualável a qualquer outro, a sua identidade que marca aquilo que esta pessoa é. Desta forma, percebemos quão importante é assegurar-se de que a identidade do ser seja algo estável, modificável unicamente se for para algo melhor.
 
Como existem diversos âmbitos na vida de cada pessoa, o familiar, profissional, lazeres, social, espiritual, é necessário assegurar que em todos estes âmbitos a identidade do homem seja a mesma, não uma identidade camaleônico, que se modifica de acordo com o meio em que está. Neste aspecto, o que poderíamos pensar de uma pessoa que no ambiente de trabalho age com extrema preocupação com o bem-estar do próximo e, ao chegar em sua casa, nem ao menos pergunta para sua esposa como foi seu dia e se está bem. Não podemos ver neste caso uma grande incoerência na forma de agir?
 
É possível verificar, com mais frequência do que desejado, pessoas que mudam suas identidades como se estivesse em uma baile de máscaras, vejamos algumas de suas atitudes e palavras: Com os seus amigos é o malandro que corre atrás de qualquer rabo de saia, com seus pais é o conservador, estudioso e dedicado, no trabalho é o workaholic que, como muito ouvimos, "seu maior defeito é ser perfeccionista", com sua namorada, é um romântico à moda antiga, que traz rosas e faz juras de amor eterno. Não é notável a incoerência que pode-se ver nestas atitudes? Qual o centro sólido, firme, qual a identidade de uma pessoa que age desta forma? Sua identidade é não ter uma identidade.

Dessa forma, como é possível assegurar que toda e qualquer atitude durante os dias seja de tal forma que represente exatamente o que cada pessoa é? É uma forma estratégia simples, mas que requer muita luta: não dar importância para o que os outros pensarão de você e de suas boas atitudes, mas apenas o que Deus (que é onisciente, onipresente e onipotente) pensa de cada um de nós. Pois Ele sabe o que é melhor para cada um, o que é o verdadeiro bem, o que faz cada um verdadeiramente feliz.

Tendo isso em vista, é de extrema importância, ao longo de todo os dias, aumentar a frequencia com a qual conversamos com Deus. Perguntando-Lhe como estão sendo as nossas ações, o que temos que melhorar em determinado aspecto, como estamos desempenhando a função de Pai, Mãe, amigo, profissional. Apenas desta forma, apredendo a ouvir os conselho dAquele que de tudo sabe, e se preocupando apenas com a opinião dEle, consequentemente as máscaras começarão a cair e o viver da cada um de nós será muito mais feliz, pois cada um terá a sua identidade preservada.

Tenham todos uma semana iluminada.

Mateus Boaventura P. Fornias


segunda-feira, 8 de setembro de 2014

"A caridade sofre tudo"


Olá a todos.

Gostaria de iniciar esta reflexão com uma frase muito famosa de São Paulo: “A caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; não trata com leviandade; não se ensoberbece”.

Na atualidade, é muito comum vermos pessoas dizendo que querem ser felizes, autores de livros que tentam mostrar quais as formas para se alcançar a felicidade como, por exemplo: investir no no seu embelezamento, se tornar CEO de uma empresa, praticar atividades que proporcionem diversão, etc.. Podemos perceber algo em comum nestes argumentos? Todos tem como fim sí mesmo, a própria felicidade. Será que é esta a verdadeira fórmula da felicidade?

A experiência nos mostra – por mais que seja contraditório dizer isto na atualidade – que a felicidade está exatamente no sentido contrário desta tendência, ao contrário do que diz-se, a felicidade não está em centralizar todas as ações no eu, mas sim fazer tudo para levar às pessoas para o verdadeiro bem, sair de sí mesmo em busca da felicidade (do bem) do próximo.

Na atualidade, enquanto está muito em costume a teoria de que o dinheiro é o mais importante, a caridade não se trata de dar dinheiro aos outros – convenhamos que isso é até o mais fácil – mas sim, sacrificar-se pelo próximo, dedicando o seu tempo, suas forças, sua paciência para que aqueles que o rodeiam consigamos ser verdadeiramente felizes e assim, como consequência desta busca do verdadeiro bem do outro, será nos dado a felicidade.

Não é verdade que, quando deixamos de fazer algo pelo próximo (Pai, Mãe, irmão, amigo) para fazermos algo que visa unicamente a própria felicidade, dá-nos um imenso vazio após realizar esta ação? E, em contrapartida, quando deixamos de fazer algo que nos apetece para ajudar o próximo, isso nos enche de alegria? Pois bem, por mais que não esteja em voga, a caridade é o caminho para a felicidade.

Lutemos pois para quebrar esta ideologia de que a felicidade deve ser algo perseguido a todo custo, pois ser-nos-á dado como um mérito pela busca de oferecer ao próximo o verdadeiro bem.

Tenham todos uma semana iluminada.

Mateus Boaventura P. Fornias 

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Fazer o que gosta ou o que deve?

Olá a todos.

É muito comum, durante as conversas que se desenrolam durante os dias, ouvirmos pessoas dizendo algumas destes ditames: "Faça unicamente aquilo que você gosta"; "Se não tem vontade, não faça"; "Se você fizer algo sem vontade, torna-se algo artificial"; "Só faça aquilo que te faz feliz"; "Não faça nada por obrigação, só faça se for legal".

Quais conclusões podemos tirar destas - tão comuns - frases que ouvimos diariamente? Será que um homem que faz unicamente o que gosta é verdadeiramente feliz? Quais as consequências que, se fossem seguidos tais conselhos, acarretariam para um homem e para uma sociedade?

Infelizmente vivemos em um período no qual está em vigor a ética do bem-estar, da busca a todo custo pela obtenção dos mais diversos prazeres. Dessa forma, tudo o que fugir de uma comodidade por parte do indivíduo ou que não proporcionar prazer ao agente da ação, não deve ser realizado.

Como consequência disto, um indivíduo que segue este modo de agir torna-se um homem fraco, mole, incapaz de manter-se firme diante dos obstáculo - que inevitavelmente aparecem durante a vida - sucumbindo diante deles, detendo-se diante da primeira necessidade de sacrifício na busca de um bem que realmente valha, incapaz de sair do seu cômodo egoísmo para doar-se ao próximo.

E o que podemos dizer a respeito das críticas a respeito das atitudes provindas do sacrifício?

Para elucidar: O que poderíamos pensar da atitude de uma mãe que, ao ver seu filho passando mal durante a noite, deixa de atendê-lo por não estar com vontade? Poderíamos unicamente dizer que não ama seu filho, pois só existe verdadeiro amor onde existe sacrifício. Em contrapartida, o que diríamos de um irmão que, ao vê-lo necessitando de alguns momentos para desabafar, sai ao encontro dele, durante uma noite fria, vencendo a preguiça para ouví-lo e ajudá-lo? Poderíamos dizer que é uma atitude artificial? Não, poderíamos sim dizer que este ama verdadeiramente o seu irmão.

Podemos concluir que - como consequência deste modo de agir - o homem não consegue realizar nada que esteja fora de sua zona de conforto, nada que custe, nada que valha realmente a pena, pois tudo o que vale, custa, e tudo o que custa requer firmeza de caráter. Se um homem não consegue realizar nenhum projeto a que se propõe realizar (pois todos custam, e muito), torna a sua existência estéril e, como consequência disto, uma existência sem sentido, sem valor, uma existência fadada à tristeza, ao nada.

Podemos fazer uma pequena analogia ao metal e o fogo. Muitas vezes, para que possa ser atribuída uma determinada função para o metal, é necessário aquecê-lo à temperaturas extremas e então, com o auxílio de uma ferramenta, marretá-lo até que se conforme à forma desejada. Desta mesma maneira comporta-se o caráter do homem e sua existência. Se não aceita-se com garbo as marretadas que a vida algumas vezes lhe dá, fugindo das obrigações e deveres que custam, enfraquece-se o caráter e, sem a capacidade do sacrifício para atingir o fim de sua existência, torna-se inútil.

Dessa forma, é extremamente necessário acostumar-se ao sacrifício, acostumar-se a fazer aquilo que custa (não aquilo que proporciona prazer) e, pouco a pouco, ver-se-á que a alma vai se robustecendo, tornando-se mais rija, mais dura, capaz de absorver as dores e os sofrimentos. E assim, a partir destas ações custosas, percebendo-se que venceu-se as más inclinações em prol de um ideal nobre, a verdadeira felicidade invade a alma do homem, dando-lhe o sentimento de que sua vida é útil.

Lutemos, pois, contra as inclinações do egoísmo, da busca incessante pelo prazer e as comodidades, para que consigamos robustecer o nosso caráter, sendo capazes de vencer as barreiras impostas pela vida na busca de um ideal nobre, daquilo que realmente vale a pena, do verdadeiro sentido da existência.


Não existe verdadeiro amor sem verdadeiro sacrifício.


Tenham todos uma semana iluminada.


Mateus Boaventura P. Fornias