Olá a todos.
Dando sequencia ao assunto abordado na semana passada sobre o sentido da vida, gostaria de abordar sobre os artifícios que os homens utilizam para subtrair de suas mentes a preocupação com as questões fundamentais da vida.
Citarei um trecho de um livro chamado "Pavilhão de Cancerosos", escrito por Alexandre Solzhenitsyn, prêmio Novel de Literatura, colocando alguns destes tópicos em pauta, em um hospital com pacientes atingidos pelo câncer:
"Tentava voltar aos velhos caminhos do pensamento que antes ocultavam a ideia da morte. No entanto, coisa estranha, tudo o que antes ocultava, escondia, anulava esta consciência, já não consegue produzir este efeito... Ela vinha e se detinha diante dele e o fitava, e ele se sentia petrificado... Será possível que somente ela seja verdade? Ia ao seu escritório, deitava-se , e eis que novamente se via a sós com ela, face a face, mas sem saber o que fazer com ela. Só em olhar para ela ficava gelado.
Vinham-lhe todas as recordações do passado.
"A Faculdade de Direito... o primeiro emprego... o casamento... e a decepção, o mau hálito de sua mulher, a sensualidade, o fingimento! E aquele trabalho morto, e as preocupações em ganhar dinheiro, e assim um ano, dois, dez, vinte, - sempre a mesma coisa. E quanto mais avançava na vida, mais morto se sentia. Como se eu caminhasse pausadamente, descendo a montanha e imaginasse que estava subindo... Mas é isto? Para que? Não pode ser. A vida não pode ser assim, sem sentido... Alguma coisa está errada..."
Trata-se de um trecho pesado mas mostra muito das questões que inevitavelmente atingirão o ser humano, ele exprime o sentimento que domina a alma e o corpo daqueles que se deparam com uma vida sem sentido, que vivem o ontem pensando no hoje e o hoje pensando no amanhã, ou seja, não vivem. Tendo consciência de que a vida terrena é finita, que devemos lutar por buscar nos tornarmos cada vez melhores e iluminar o caminho dos outros para que consigamos alcançar uma tão desejada eternidade.
O homem foi criado para amar, com um amor forte, acima dos egoísmos e das mesquinharias mundanas, que seja capaz de mover montanhas por um ideal, por Deus, pelos pais, pelos amigos, pela esposa, pelos irmãos. Deixando o eu de lado convertendo-se em você, deixar as vontades de lado para que se sobressaia o bem supremo do próximo. Como é bonito ver pessoas que deixam seus desejos de lado, suas paixões, em prol de um bem maior. Isso é que dá sentido ao hoje, ao agora, e enche a vida de sentido.
Lutemos pois por vivermos no momento, agora, não esperando para buscar a felicidade em um futuro (mesmo que seja ilusoriamente próximo) e vivamos para fazer aquilo que deve ser feito, por Deus, pelos nossos irmãos, por amor.
Tenham todos uma semana iluminada.
Mateus Boaventura P. Fornias
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